Cenário econômico desfavorável não freou o ritmo de desenvolvimento do setor
 17 November 2015 escrito por Tatiane Aquim
O mercado de TI tem passado com folga pela crise vivida no país. Atualmente, muitas empresas estão contratando e as perspectivas são boas para o fim deste segundo semestre.
mercado de ti 2015.11.17
Hoje o país apresenta uma taxa crescente de desemprego, porém o setor de Tecnologia da Informação registrou resultado positivo do emprego formal de 3.319 mil postos entre janeiro e julho de 2015. Em relação ao mesmo período de 2014, houve um aumento de 50%. Os dados são do Cadastro Geral de Empregos e Desempregados (CAGED) e evidenciam o saldo líquido das movimentações do mercado de trabalho. Apenas em São Paulo, cidade principal, responsável pelo efeito favorável da movimentação no setor de TI, foram mantidos 2.604 mil postos de trabalho.
Outro exemplo, são as taxas de crescimento, o ritmo do setor de TI está à frente do projetado para o PIB nacional que, segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), recuará 2,8% em 2015, enquanto que a previsão para o mercado de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) é de crescimento na ordem de 5%, com perspectiva de movimentação financeira na casa dos US$ 165,6 bilhões, conforme prognóstico da International Data Corporation (IDC), divulgado no primeiro semestre deste ano.
Para Elvis Fusco, presidente da Associação de Empresas de Serviços de Tecnologia da Informação – Asserti, o resultado positivo se deve ao fato de que na crise, as empresas criam novas estratégias para minimizar os custos, maximizar os recursos humanos, econômicos e técnicos. Tudo isso para melhorar os processos e aumentar os resultados. “Esses processos sempre vão ser apoiados pela TI. Qualquer que seja a estratégia de negócio que uma empresa tenha, esta passa pelo alinhamento da TI, ou seja, quanto mais crise houver, mais as empresas de todos os segmentos vão se voltar para a TI e demandar das empresas desse segmento soluções para minimizar a crise”.
Gargalos
A Asserti acredita que o Brasil não perderá investimentos estrangeiros  por conta de problemas com infraestrutura, logística e alto custo de energia.
Elvis Fusco lembra que o mercado brasileiro é o 7º mundial, os investidores continuam acreditando no Brasil e investindo no país. A maioria destes investimentos acaba vindo para o Estado de São Paulo, devido sua maturidade em relação à pesquisa e desenvolvimento, mão de obra e infraestrutura.
Somente neste ano, a Investe São Paulo, agência de promoção de investimentos ligada à Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, anunciou a concretização de 20 projetos. São aportes no mercado de TIC e em diversos outros segmentos da economia que, juntos, geraram mais de R$ 6,9 bilhões em investimentos e mais de 7,5 mil empregos diretos até a primeira quinzena de agosto.
São Paulo
A preferência do investidor estrangeiro por São Paulo é evidente em vários indicadores. Mais de 70% do capital estrangeiro investido em TIC no Brasil é aplicado no Estado. Além disso, 16 das 23 multinacionais do setor instaladas no país estão sediadas na capital paulista.
O presidente da Asserti acredita que o modelo deve ser copiado por outros estados para atrair investimentos e empresas estrangeiras interessadas em se instalar no mercado brasileiro.
“Acredito que se o país estabelecer um padrão mais alto em relação à qualidade de infraestrutura e o ‘Custo Brasil’ for mais competitivo, o Brasil será o líder em investimentos na área de TI.”
Mão de obra qualificada
Márcio Lacs, presidente da Federação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação – Assespro RJ, afirma que os grandes centros do Brasil hoje dispõe de bons profissionais para data center, como projetistas, administradores e operadores. “A internet permite colaboração e atualização continuada, o que em si permite o desenvolvimento profissional.”
Para a Asserti, uma iniciativa importante seria a aproximação das empresas das universidades em modelos de qualificação específica, como a criação de Centros de Inovação Privados nas universidades, em que empresas alocam espaços no campus da instituição, e oferecem treinamentos de capacitação nas tecnologias e processos utilizados por elas. Esse modelo vem sendo utilizado em Marília no Centro Universitário Eurípides (UNIVEM) com as empresas Boa Vista Serviços e Locaweb, que atualmente conseguem absorver os alunos egressos dos cursos de Ciência da Computação e Sistemas da Informação.
“Pelas demandas específicas de cada empresa de TI, não há como a universidade formar um profissional pronto para atuar nas tecnologias utilizadas. Por isso, acredito que essa aproximação é o caminho para resolver o problema.”
Futuro
A Assespro acredita num forte reposicionamento das empresas em reflexo da conjuntura global propiciada pela nuvem. Também, numa regulamentação trabalhista e fiscal. “Temos que ter mais espaço e facilidade para criar e produzir.”
Para a Asserti, o mercado brasileiro de TI deve se fortalecer ainda mais, nos próximos anos, devido às demandas dos mercados internos e externos e pela existência de entidades fortes no país, que estimulam o crescimento das empresas e da formação de mão de obra, que é o principal insumo para o desenvolvimento do mercado de TI.
NA CONTRAMÃO DA CRISE, SETOR DE TI GERA MAIS DE 3 MIL EMPREGOS

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